domingo, 1 de junho de 2014

Coqueluche: recentes surtos da doença só comprovam a importância da vacinação

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, sendo transmitida pelas vias respiratórias e que compromete o aparelho respiratório (traqueia e brônquios). Seu contágio se dá pelo contato direto com a pessoa infectada ou por gotículas eliminadas pelo doente ao tossir, espirrar ou falar. A infecção pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer fase da vida, mas acomete especialmente as crianças menores de dois anos.
Apesar de poder ser prevenida através da vacinação, no Brasil e no exterior os casos de coqueluche cresceram ultimamente. O Ministério da Saúde aponta um aumento progressivo do número de casos, ultrapassando o limite superior ao esperado. Um dos motivos para isso são as lacunas que se abriram nas campanhas para a imunização, sobretudo em adultos, faixa em que a doença costumar passar despercebida, curando-se sozinha, quando não revacinado recentemente. Vale ressaltar que a eficácia da vacina para coqueluche é em torno de 75 a 80%.
Por isso é importante reforçar a necessidade de vacinação no adulto como prevenção à criança, uma vez que o vírus incubado pode atingir os pequenos. As vacinas hoje disponibilizadas são acelulares (Vacina Tríplice Acelular) e não causam reações sérias, um dos motivos que afastou o público adulto das clínicas no passado.
Recentemente, tive dois casos de coqueluche em meu consultório que corroboram para a necessidade de vacinação em adultos, pensando na saúde das nossas crianças. Um deles, o próprio pai da criança, por não ter tomado a vacina contra a coqueluche, foi o transmissor do vírus.
Os sintomas mais comuns da doença são tosse contínua, por mais de três meses, que emite um som estranho de chiado no peito e costuma causar vômito, febre baixa, coriza, espirro, lacrimejamento, falta de apetite e mal-estar. Estes são muitas vezes confundidos como sinais de um simples resfriado ou uma gripe, dificultando o tratamento correto da coqueluche.
Atualize a carteirinha de vacinação do seu filho, mas não se esqueça da sua. A prevenção ainda é a melhor arma de combate a esta e demais doenças. Todo adulto deve procurar seu médico ou uma clínica de imunizações, visando proteger-se contra uma série de doenças, colaborando, assim, para a não proliferação delas para outras pessoas, sobretudo para as crianças.


Por Dr. Sylvio Renan